A ideia de criar ondas artificiais em Maricá não é nova. Desde 2013, técnicos da UFRJ e da empresa Aram apresentaram ao então prefeito Washington Quaquá um projeto de recifes submersos móveis, plataformas de aço que, ao serem inundadas, afundam e geram ondas surfáveis em locais estratégicos; e, quando injetado ar nos tanques, podem ser reposicionadas ou removidas.
Em 2016, a prefeitura foi além, lançou licitação para instalar esse recife artificial na Praia de Barra de Maricá. O equipamento metálico teria 86 metros de comprimento por 64 metros de largura, inspirado na batimetria de ondas como as de Pipeline, no Havaí. Ele poderia gerar duas linhas de surfe, esquerda e direita com 50 metros de extensão, incluindo uma seção tubular para surfistas avançados e outra mais longa e progressiva para iniciantes.
A proposta do projeto também incluía benefícios múltiplos, além da geração de ondas ideais, a estrutura reduziria a erosão costeira em até 50%, criando uma zona mais segura para banhistas.
Nos dias atuais, o projeto ainda está em fase embrionária, mas com perspectivas promissoras. Em maio de 2025, o prefeito Quaquá viajou a São Paulo para analisar de perto o funcionamento de uma piscina de ondas associada ao tricampeão mundial Gabriel Medina, com o objetivo de trazer esse modelo para Maricá. A ambição é clara, transformar a cidade em etapa do Circuito Mundial de Surfe, com geração de empregos, turismo e valorização local financiados via fundo imobiliário.
É válido destacar que o estado do Rio de Janeiro já caminha para receber suas primeiras piscinas de ondas artificiais previstas para inaugurarem em 2026, nos exclusivos clubes Brasil Surfe Clube em Búzios e Mangaratiba. As estruturas prometem ondas de até 25 segundos, com tecnologia da Endless Surf do Grupo WhiteWater.
A proposta da piscina de ondas em Maricá é ambiciosa e inovadora, unindo esporte, urbanismo sustentável e turismo. Se concretizada, poderá colocar a cidade no mapa internacional do surfe, com impactos positivos tanto econômicos quanto sociais.

